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Sabores antigos: descubra o fascinante mundo da charcutaria e seu padroeiro

A charcutaria é uma arte culinária antiga que envolve o preparo, cura, defumação e produção de uma variedade de produtos à base de carne, como embutidos, linguiças, salames, presuntos, patês e terrines. É um ramo da gastronomia que tem raízes históricas profundas e se destaca pela sua habilidade em preservar e realçar os sabores da carne por meio de técnicas tradicionais de cura e fermentação.

 

A charcutaria é conhecida por sua ênfase na utilização de técnicas de preservação da carne, como a cura com sal, especiarias e ervas, além da defumação em fumaça natural. Esses processos conferem aos produtos características únicas de sabor, textura e aroma.

 

A origem da charcutaria remonta à antiguidade, quando as comunidades descobriram a necessidade de conservar a carne por períodos mais longos. Inicialmente, era uma forma de aproveitar e preservar todas as partes do animal abatido. Ao longo dos séculos, a charcutaria evoluiu e se desenvolveu em diferentes regiões do mundo, com cada cultura adicionando suas próprias técnicas, temperos e produtos tradicionais.

 

Os embutidos seriam a expressão mais primitiva e autêntica dessa arte culinária. A diferença entre charcutaria e embutidos está na abrangência do termo. Enquanto embutidos se refere especificamente aos alimentos que são recheados em tripas ou invólucros, a charcutaria engloba um conjunto mais amplo de técnicas e produtos relacionados ao processamento e preservação da carne, incluindo tanto embutidos como outros tipos de preparações, como presuntos e patês.

 

E falando nisso, existe uma curiosidade intrigante na história da charcutaria. Lá na França, o padroeiro dos charcuteiros é ninguém menos que Santo Antão, conhecido aqui para gente como Santo Antônio Abade. A história que envolve essa devoção com a charcutaria é um tanto inusitada.

 

Há muito tempo atrás, no ano de 1131, em meio aos vilarejos franceses, os porcos vagavam livremente pelas ruas, alimentando-se dos restos de lixo. Contudo, um trágico incidente mudou o curso das coisas. Durante um passeio a cavalo pelas ruas, o filho do Rei Luis encontrou seu destino de forma inesperada, sendo vítima fatal de um acidente envolvendo um desses porcos.

 

Após esse trágico ocorrido, o Rei decidiu proibir totalmente a criação de porcos, exceto em um local específico: o priorado de Santo Antão. Nesse lugar sagrado, era permitida a criação de apenas 12 porcos, os quais ficavam presos durante o dia e eram soltos à noite para escarafunchar as ruas em busca de restos de comida. Para evitar futuros acidentes, era obrigatório o uso de sinos no pescoço dos porcos, alertando sobre sua aproximação.

 

E assim nasceu a devoção a Santo Antão, o padroeiro dos charcuteiros. Até os dias de hoje, na França, no dia 17 de janeiro é celebrado com festividades em homenagem aos agricultores e charcuteiros.

 

Portanto, além de descobrir os segredos e encantos da charcutaria artesanal, não podemos deixar de valorizar a rica história por trás desse ofício. A tradição, a inovação e as técnicas transmitidas ao longo dos séculos tornam a charcutaria uma arte culinária única, capaz de encantar paladares e encher nossos corações de apreciação. Que a herança de Santo Antão e os charcuteiros inspirem novos empreendedores a se aventurarem nesse universo delicioso e lucrativo da charcutaria artesanal.

 

A charcutaria continua a encantar os paladares de pessoas ao redor do mundo, preservando técnicas tradicionais e explorando novas formas de criar e apreciar essas iguarias de carne. É uma arte culinária que combina história, habilidade e paixão pela gastronomia, oferecendo uma diversidade de sabores e experiências únicas aos amantes da carne e da boa comida.

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